[Pessoal, est0u tentando achar um título legal pra essa saga, sem que ela continue como "Lei de Murphy..." . Enquanto não acho nada, vou colocando "L.M. - Parte 'x' ", ok? ]...E que beijo! Vocês ficaram unidos pelo que você julgou ser uns bons dois minutos. Num ato de susto e certo medo, você o empurra de leve e o beijo termina.
"Muito rápido."
"Sim, muito rápido, desculpe, eu não devia..."
"Não, não tem nada a ver com você. Só acho que estamos indo rápido demais. É que, bem, você sabe. Não nos falávamos há tempos e, do nada, você chega, passamos algumas horas juntos e de repente estamos... bem..."
"Na parede" - Ele completa.
"É, na parede."
Os dois riem e trocam mais algumas carícias. Muito rápido... Muito rápido, o caramba! Você queria mais e sabia disso! Mas, claro, não podia se deixar levar, afinal, você era uma moça de família... pelo menos era isso que ele pensava. E QUEM seria você pra discutir, não é mesmo?
O segundo beijo pára, de súbito, assim como o primeiro. Você pede calma e sugere que durmam em quartos separados... Mas peraí, a sua casa só tem UM quarto, além do escritório.
"Ok, eu vou arrumar o sofá e você dorme no meu quarto."
"De jeito nenhum, o invasor sou eu, eu fico no sofá."
"Como preferir."
Como você queria dormir com ele... NÃO, não neste sentido, é claro. Não, pelo menos, ainda. Muito cedo. Mas não seria má idéia dormir de conchinha com o pseudo-gringo/futuro caso num sábado chuvoso.
Você vai até o quarto, numa tentativa de pegar lençóis, edredons e travesseiros. Quando abre o armário onde, supostamente, estas coisas estariam guardadas, você é quase soterrada por algumas dezenas de dezenas de fotos que você julgava ter guardado no sótão do sítio, mas não, elas estavam lá.
"Putaqueopariu, era só o que me faltava."
Obviamente, a queda das poucas fotos fez um barulho igualmente pequeno e o "boff" escutou lá da sala.
"Tá tudo bem, Ju?"
"Tá, tá, tá tudo bem! Só algumas fotos em cima de mim, mas eu arrumo rapidinho!"
Que boa hora pra cair uma pilha de fotos em cima de você, hein??
"Inspiira, expiira".
Nesta breve tentativa de recuperar o fôlego, você se desvencilia de alguns álbuns de fotos e pega uma das que estavam quase te soterrando.
"Nossa, a formatura do Pré!" - Deixa escapar um sorrisinho...
"Boas lembranças..."
Na verdade não muito boas, porque a foto não foi tirada no dia da formatura. E você tinha acordado realmente cedo pra fazer pose de formanda. A administração do colégio, juntamente com os professores, fez questão de arrumar as crianças um dia antes, de modo que todas elas parecessem ter acabado de sair do palco com o famoso "canudo do diploma" na mão. Por que tudo isso? Bem, segundo a diretora, as crianças já estariam sujas e de beca amassada. Tirando que o chapéu estranho já teria perdido todos os fiozinh0s que ficam presos naquele pompom pendurado.
Você vira a foto e encontra outra. Uma foto de uma classe de pequenas coisinhas emburradas, olhando pro fotógrafo. Sim, sim, aquele dia foi realmente chato.
"Júlia Monteiro... Hum, você cresceu bastante, hein? Quem diria que vinte e dois anos se passariam e você seria uma jornalista formada, estaria com um emprego fixo - e chato - e seria uma mulher totalmente fracassada amorosamente?"
Esta última frase, dita nos confins da sua consciência, te fez lembrar que você tinha um cara na sua sala te esperando.
"... Bem, nem tão fracassada, afinal."
Você rapidamente se recompõe. Soca as fotos no armário e promete pra si mesma que vai arrumar, assim que achar um tempo entre os relatórios e, bem...
"Ju, quer ajuda?"
"Não, não! To chegando!"
Edredon, travesseiro, lençol. Porta do armário, porta do quarto, dedão na mesa da sala.
"Ai!"
"Machucou?"
Geeeeeeeeente, assim que você levantou a cabeça, depois de praguejar a mesa estúpida - que TINHA que estar no seu caminho - , você se depara com a sala do seu apartamento, onde havia um homem semi-nu te esperando. SEMI-NU?? Sim, ele já estava se trocando, estava SEM camisa, sem sapatos e meias, e prestes a tirar o sinto.
Como você NÃO sabe disfarçar a cara de "socorrofaçaalgumacoisasenãoeupiro", ele dá um sorrisinho sarcástico lança a pergunta:
"O que foi? Algum problema?"
"Na, não, ne...nenhum problema, não, tudo certo. Erm, eu acho que tenho uma bermuda do meu primo por aqui, você quer?"
Você sempre engasgava quando estava ligeiramente nervosa, hormonalmente falando. Que saco!
"Ah, sim, claro."
Você volta pro quarto, pega a bermuda na última gaveta da cômoda e a leva pra sala, de novo, torcendo pra ela ficar justinha!
Ele se troca, você se troca. Os dois estão cansados, apesar de terem acordado tarde.
"Bom, alguma idéia de o que fazermos agora, antes de dormir?"
Idéias você tinha. E MUITAS, mas não podia pronunciá-las em voz alta.
"Na verdade eu ia sugerir..."
"O Combo Al Pacino?"
"Engraçadinho..."
Risos de ambos, seguidos por um beijinho carinhoso... que começou a ficar mais... quente, digamos.
"Ok, ok, é melhor eu ir para o quarto."
"É, é... Boa Noite."
"Até."
Você caminha para o quarto, desviando do pé da mesa, desta vez. Mas ao apagar a luz, esquece de acender o abajur e topa com o outro dedão na base da cama.
Vai dormir praguejando, óbvio, mas antes de fechar os olhos, resolve juntar as mãos, olhar para o teto e sussurrar:
"Papai do céu, MUITO obrigada! Iuhuuuu!!"
Que sono bom... mal sabia você que o dia seguinte seria muito mais emocionante, a começar pelo café da manhã.
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[Ah, vá, fui boazinha. Não extendi muito o texto, desta vez. Espero que gostem e esperem pela continuação.]